legião urbana - on the way home

essa música do neil young é fantástica.

ela fala daquele momento kodak, quando uma pessoa consegue ver através da outra. é uma música sobre a sinceridade, sobre ser verdadeiro com o que se sente, sobre ver que o outro lado é o mesmo e que passar por ele permite sentir se o sonho é real.

a versão da legião tem 2:30seg, onde os riffs entre as estrofes são correntes marítimas, caminhos de ventos que dizem ao coração à deriva no mar que o mundo continua.

a própria voz do renato é um terromoto itinerante e telepático, que arremessa toda a canção para a pergunta do final: and i love you, can you feel it now?

90.

On The Way Home

Solo:
E|-12-12-10-10-10-08-08-07-07-07-|
B|-13-13-12-12-12-10-10-08-10-08-|

/obs: O som desse arranjo é meio repicado escute a música e veja como é.


Tom: G

Intr.: G  C*  G  C*

     riff-1                             riff-2     
E|--------------------------|             
A|-5-7----------------------|     B|-13-12-10-08-08-08---|         
D|----5-7-------------------|     E|-12-10-08-07-07-07---|        
G|-------4-4h5-4-----4------|               
B|---------------7-5--------|             
E|--------------------------|              


G
When the dream came
C*                  G                 C*  (riff-1)
I held my breath with my eyes closed
G
I went insane,
        C*
Like a smoke ring day
 G               (riff-2)
When the wind blows
 C                 G           
Now I won't be back  till later on
    C    G/B           Am  D      /Durante o Ré (D) ele faz isso: B|-3--------|  
If I do come back at all                                             E|--2-3-3s5-|
         F       C        Bb      C  
But you know me,    and I miss you now.


Solo: G  C*  G  C*


G
In a strange game
  C*                G      C*
I saw myself as you knew me
     G
When the change came,
        C*
And you had a
        G               (D) B|-3-3-3-3-|
Chance to see through me       E|-3-2-3-2-|
C              G                                       
Though the other side is just the same                                   D|-5s7--7s9--9s11---|  
 C    G/B               Am  D     /Invés da Nota Ré (D) ele faz isso: G|------------------|
You can tell my dream is real                                            B|----7----8-----10-|
      F          C      Bb          C  
Because I love you,   can you see me now.
    

Solo: G  C*  G  C*


C                  G
Though we rush ahead to save our time
  C     G/B          Am  D    /Durante o Ré (D) ele faz isso: B|-3--------|
We are only what we feel                                         E|--2-3-3s5-|
  F          C      Bb           C     G  C*  G  C*
And I love you,   can you feel it now.


C* (030033)

cifra daqui

armandinho - reggae das tramanda

muitas vezes vejo as pessoas detonarem o armandinho, dizendo que o som dele é muito frau :D, que as letras são infantis, muito repetitivas e talicosa. e pode ser isso mesmo.

mas ele tem uma coisa muito legal, dos grandes poetas tribais, que é cantar a sua região e os costumes da tribo.

nesse reggae ele se finca no coração de quem ouve já nos primeiros versos, porque esse é um jeito que as grandes canções têm de se constituir: abraçar quem ouve de prima.

e o armandinho larga bem: eu hoje acordei querendo ver o mar. é por isso que essa música funciona. ela tem o chamado do herói, tem aquele algo que tira o doutor indy da facul e põe ele pra selva de verdade e aventuras. é um som com a vontade interior de pegar uma estrada, de sair do marasmo, de mudar, de curtir a Natureza mais de perto. é o momento em que o doutor indy vira indiana jones. o herói responde ao chamado interior e quando, volta para casa, está transfomado e pode transformar seus amigos e - no caso do armandinho - quem escuta esse reggae.

90.

caetano veloso - cajuína

existir é como dançar, dançar é como existir.

a dança dos olhos nos olhos, a dança do vento nas folhas, da chuva no mundo e da língua na sede. a dança dos planetas e das nuvens, a dança do pensamento e da circulação sangüinea. o movimento dos sagüis, o morrer e nascer.

um grande prazer, uma ultra dor. líquidos turvos e cristalinos. aqui, aí, em teresina.



90.

el bromista - arte urbano

el bromista é um rapper de guadalajara no méxico. aqui ele solta o spray nas paredes do ouvido para defender o direito inato de se expressar no lugar por onde se anda.

o clip mostra ótimas idéias para, por exemplo, criticar políticos, colocando um adesivo de palhaço nos cartazes que mostram em suas caras gigantescamente sorridentes e maquiadas.

a letra exalta a rebeldia e adrenalina. e o clip mostra cenas reais, com os artistas urbanos produzindo seus grafitis muito perto da polícia.



90.

pink floyd - the gunner's dream

quando você salta de pára-quedas ou quando você nasce, as nuvens passam por dentro dos teus olhos. são memórias rápidas, fantasmas brancos, cinzas, laranjas que se desfazem no céu azul ou no negro da noite.

e algumas memórias se materializam:



you take her frail hand ............................................ and hold on to the dream

e voltam a ser sonho quando a palavra dream se dissolve e submerge no solo do sax, para emergir novamente dentro da palavra insane, que perfura vários versos até cair em solo estrangeiro como um avião abatido. 90.

nirvana - about a girl

uma música sobre uma garota, comum como tantas outras, única como cada sentimento.

dessa vez um kurt vê uma tracy ou um cara vê uma guria todas as noites e ela está livre.

e ele preso por essa visão.

na versão acústica cada acorde se segura, cada "i do" quer algo mais, são pugilistas esmurrando sacos de areia, mãos dentro de luvas. loucos para sair dali e soltar a raiva, a energia e arriscar tudo.

90.

janis joplin - me and bobby mcGee

os primeiros acordes são amenos. são jovens ventos da primavera que trazem o verão na outra ponta da linha, que levantam as pipas muito alto e trazem a liberdade.

e uma caminhada vira uma carona antes da chuva e um olhar vira uma canção e se sentir bem é cantar um blues.

mas como a liberdade é maior, o cordão da pipa se rompe e a voz de janis troca todos seus amanhãs por um único ontem. para abraçar bobby de novo.

está tudo ali, discreta e intimamente encapsulado na sequëncia de lá-lá-lás. eles brotam, crescem e soltam um perfume desesperado no final da música. o ar dos acordes carrega as memórias, os desejos e cada lá-lá-lá é um jeito de ficar bem. no vento, na respiração, nas estradas, nas curvas do corpo de bobby e janis, de você seu amado/a. de quem cantar, de quem sentir.

afinal janis mudou a letra da composição original de kris kristofferson, na qual bobby era uma mulher, para melhor adequar sua voz e sua alma a esta road song que atravessa os EUA e o mundo num solo e entra em 5ª marcha e pé em baixo pela highway da tua vida.

90.

ME AND BOBBY McGEE (kris kristofferson, fred foster e janis joplin)

G - C   G - C   G - C   G - C
[intro]

G               G          G                G
Busted flat in Baton Rouge, waitin' for a train
   G                G        D7      D7
When I's feelin' near as faded as my jeans
D7               D7        D7               D7
Bobby thumbed a diesel down just before it rained
D7              D7            G - C    G
And rode us all the way into New Orleans

G             G             G             G
I pulled my harpoon out of my dirty red bandana
G                   G7              C    C
I's playin' soft while Bobby sang the blues
C                   C                 G                G
Windshield wipers slappin' time, I was holdin' Bobby's hand in mine
D7             D7               D7   D7
We sang every song that driver knew

C                C             G                 G
Freedom's just another word for nothin' left to lose
D7                 D7                          G    G
Nothin', it ain't nothin' honey, if it ain't free
C                C              G                 G
And feelin' good was easy, lord, oh, when he sang the blues
   D7               D7               D7  D7
You know feelin' good was good enough for me
D7               D7               G    G    A    A
Good enough for me and my Bobby McGee

   A         A                A          A
From the Kentucky coal mines to the California sun
A                 A          E7      E7
Yeah Bobby shared the secrets of my soul
  E7            E7              E7             E7
Through all kinds of weather, through everything we done
E7         E7               A     A
Yeah Bobby baby kept me from the cold

A              A            A                 A
One day up near Salinas, lo-ord, I let him slip away
A                 A7                 D        D
He's lookin' for that home and I hope he finds it
   D               D              A            A
Well I'd trade all my tomorrows for one single yesterday
E7               E7           E7   E7
To be holdin' Bobby's body next to mine

D                D             A                 A
Freedom's just another word for nothin' left to lose
E7                   E7             A       A
Nothin', and that's all that Bobby left me
D                D          A                     A
Well, feelin' good was easy, lo-o-ord, when he sang the blues
E7               E7               E7  E7
And feelin' good was good enough for me
E7               E7               A         A
Good enough for me and my Bobby McGee yeah

A         A          A              A
La da da, la da daa, la da daa da daa da daa
A              A              E7      E7
La da da da daa dadada Bobby McGee-ah
E7             E7     E7             E7
Laa li daa da daa daa, la da daa da daa
E7             E7           A       A
Laa la laa la daada Bobby McGee-ah yeah

A           A                A                A
La di da, ladida LA dida LA di daa, ladida LA dida LA di daa
A          A                    E7       E7
Hey now Bobby now now Bobby McGee yeah
 E7             E7         E7              E7
Lo lo LO lolo LO lo laa, lololo LO lolo LO lolo LO lolo LO la laa
E7         E7                    A    A
Hey now Bobby now now Bobby McGee yeah

  A                      A
Lord, I called him my lover, I called him my man
   A                            A
I said I called him my lover, did the best I can
A                  A                 E7       E7
C'mon, hey now Bobby now, hey now Bobby McGee, yeah
 E7              E7              E7              E7
Lo lo lord, a lord, a lord, a lord, a lord, a lord, a lord oh
E7         E7           A        A
Hey, hey, hey, Bobby McGee, lord

A  A  A  A    A  A  E7  E7    E7  E7  E7  E7    E7  E7  A  A
[instrumental; piano solo]

A  A  A  A    A  A  E7  E7    E7  E7  E7  E7    E7  E7  A  A
[instrumental]

A  A  A  A    A  A  E7  E7    E7  E7  E7  E7    E7  E7  A  A   A.
[instrumental; guitar solo & a few more "la-di-da"s]          [end]

cássia eller - 1° de julho

uma música para nascer, que é viajar. como um óvulo viaja, um esperma viaja. um embrião viaja. um som para nadar no oceano do útero. um submarino vivo dentro de uma nau capitânia. acordes para vir à luz. para despertar, para fazer sem pensar. estrofes que são trabalho de parto, refrão que corta o cordão umbilical. uma composição viva.

cantá-la é um passeio genético pelo campo florido dos memes mais belos.

a foto veio daqui.

90.

1º De Julho ( Renato Russo )

Tom: D
Introd.: (D C Am G)



  D            C       

Eu vejo que aprendi

   Am           G      

O quanto te ensinei

   D                 G        Am  G    

E nos teus braços que ele vai saber

  D             C

Não há por que voltar

Am              G

Não penso em te seguir

   D               C     Am   G

Não quero mais a tua insensatez

 D                      C

O que fazes sem pensar aprendeste do olhar

    G           Am                D    

E das palavras que aguardei prá ti

D                  C

Não penso em me vingar

   Am     G

Não sou assim

  D               C      Am  G

A tua insegurança era por mim

   D             C

Não basta o compromisso

    Am          G

Vale mais o coração

    D           C               Am

Já que não me entendes, não me julgues

          G

Não me tentes

    G

O que sabes fazer agora

       Em      

Veio tudo de nossas horas

          G          Em      D

Eu não minto, eu não sou assim

   D             C

Ninguém sabia e ninguém viu

        Am                G

Que eu estava a teu lado então

    G                 Em

Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher

             C

Sou minha mãe e minha filha,

        D

Minha irmã, minha menina

G                         Em

Mas sou minha, só minha e não de quem quiser

     C                  D

Sou Deus, tua deusa, meu amor

  D

Alguma coisa aconteceu

   C                      D

Do ventre nasce um novo coração

 G

Não penso em me vingar

  Em

Não sou assim

     C                      D  

A tua insegurança era por mim

   G

Não basta o compromisso

  Em

Vale mais o coração

        C

Ninguém sabia, ninguém viu

                  D

Que eu estava ao teu lado então

   G                   Em

Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher

               C

Sou minha mãe e minha filha,

        D

Minha irmã, minha menina

   G                      Em

Mas sou minha, só minha e não de quem quiser

     C                    D

Sou Deus, tua deusa, meu amor

    D

Baby, baby, baby, baby

O que fazes por sonhar

      C                D             C      

É o mundo que virá prá ti e prá mim

                D                       C

Vamos descobrir o mundo juntos baby

      D            C               D


Quero aprender com o teu pequeno grande coração

        C       D

Meu amor, meu Chicão

maria bethânia e gal costa - sonho meu

o encontro de duas águas, do rio Gal e do rio Bethânia. a correnteza grave, as ondas agudas. o sol cobrindo o espelho d’água e os peixes eufóricos no manto líquido. um quilométrico passeio pelas montanhas, entre as pedras, entrando na floresta verde, carregando folhas, índias que se banham nuas, botos, botes, borboletas, onças que estendem suas línguas vermelhas e sugam a sede na voz do encontro dos dois rios.

que se esgueiram, se espreguiçam, se esticam, se curvam, se acotovelam, se abrem e se libertam de ser até entrar no Mar, num sonho meu, que vai buscar quem mora longe, que era lá no início, na altura da cordilheira onde o rio nasceu.

90 :/

janis joplin - piece of my heart

quando tu perdeu tudo e ficou sozinho no apê, numa cidade estranha, no deserto, pelado, trocando até de pele por causa do sol e tremendo de frio debaixo da lua. quando tu tá sozinho e vai dormir com fome e sentindo cada osso e músculo discursar inflamado contra a alma. quando tu acorda sem saber quem tu é, após sonhar que sabe voar e que tava voando pelo bairro em que tu cresceu.

nessa sede, nesse cansaço, nessa dor suprema a janis nos ensina a entregar o resto - como um aperitivo, um curativo, um abraço desesperado. e o timbre é uma bandeja de prata. e cada come on é um camelo jovem e curioso, suas patas afundando felizes a cada passo.

e os sete never enfileirados se transformam em always pra quem escuta.

e quando ela diz when you hold me in your arms a voz dela me abraça pela garganta.

e escutar esse som sempre leva outro pedaço do meu coração. enquanto a janis entrega mais um pedaço do dela. é um ciclo, uma tempestade de verão, a passagem de um cometa.

90.

Piece of My Heart (composição Jerry Ragovoy e Bert Berns) (1967)
Janis Joplin e Big Brother and the Holding Company (1968)


(Come on…)
Didn't I make you feel like you were the only man, well yeah,
An' didn't I give you nearly everything that a woman possibly can ?
Honey, you know I did!
And each time I tell myself that I, well I think I've had enough,
But I'm gonna show you, baby, that a woman can be tough.

I want you to come on, come on, come on, come on and take it,
Take another little piece of my heart now, baby, (break a..)
Break another little bit of my heart now, darling, yeah. (have a..)
Hey! Have another little piece of my heart now, baby, yeah.
You know you got it if it makes you feel good,
Oh yes indeed.

You're out on the streets looking good, and baby,
Deep down in your heart I guess you know that it ain't right,
Never never never never never never never hear me when I cry at night.
Baby, I cry all the time!
And each time I tell myself that I, well I can't stand the pain,
But when you hold me in your arms, I'll sing it once again.

I'll say come on, come on, come on, come on, yeah take it!
Take another little piece of my heart now, baby. (break a..)
Break another little bit of my heart now, darling, yeah, (come on…)
Have another little piece of my heart now, baby, yeah.
Well, You know you got it, child, if it makes you feel good

Guitar

I need you to come on, come on, come on, come on and take it,
Take another little piece of my heart now, baby. (break a…)
Break another little bit of my heart, darling, yeah. (have a)
Have another little piece of my heart now, baby,
You know you got it (waaaaahhh)
Take a…Take another little piece of my heart now, baby. (break a…)
Break another little bit of my heart, and darling, yeah yeah (have a)
Have another little piece of my heart now, baby,
You know you got it, child, if it makes you feel good

mediengruppe telekommander - kommanda

por dentro da libélula, sentindo suas asas pendendo para esquerda, para a direita, coxilhando no vento, no verão, por cima das pétalas, por entre os galhos o mundo enquadrado em centenas de ângulos. do capinzal ao açude, quem comanda o quê?

a vida é leve... e voa.

mais alto com os motores desse tush-tush alemão

90.