domingo, 23 de dezembro de 2007

pizzicato five - twiggy twiggy


uma formiga captando esse som no balanço das antenas. seus seis pés dançando na alegria comunitária de buscar alimento, na longa fila pela floresta de grama até o formigueiro.


Pizzicato Five - Twiggy Twiggy





Translator: ted mills

Sanjikan mo matte ita no yo
Watashi neko to issho ni

Sono toki denwa no beru ga
Watashi neko mitai ni shabetta
Terebi no volume sagete
Watashi uso mitai na koe de

Twiggy no mini skirt de
Twiggy mitai na pose de
Twiggy no mini skirt de
Twiggy mitai ni yassepochi no watashi

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I was waiting for about three hours
My cat and i

At the time the phone rang
And I chatted away just like my cat
I turned down the tv and
Talked in a fake voice

In a twiggy mini-skirt
In a twiggy-like pose
In a twiggy mini-skirt
Skinny like twiggy, thats me

sábado, 22 de dezembro de 2007

the beatles - something


A                C#m             F#m  F#m7
You're asking me will my love grow
D G A G#m G F#m F E
I don't know, I don't know

você me pergunta se meu amor vai crescer, eu não sei, eu não sei...

canta o george harrison como se fosse uma abelha voando. o primeiro i don't know é aparentemente sincero, já que em princípio não sabemos nada do futuro. mas o segundo i don't know o pronome i ecoa como um grito de dor, de percepção da alma alongada pelo que se sente (crescendo de ré para sol, nascendo por dentro até cair no lá que é o saber em si), algo tão forte que precisa ser amparado, descido pela grade dos sustenidos e reerguido em fá e mi.

no segundo i don't know george entrega o jogo, ele sabe. no íntimo ele sabe. no sigilo da alma profunda, do coração que pulsa por alguém, ele sabe que o amor vai crescer. já sabia desde as primeiras notas que abrem a música, mas, por pudor, humildade, auto-censura, vergonha ou quem sabe a ternura corajosa de deixar as coisas ser o que são, ele diz que não sabe, mas com a melodia que sobe e desce e ondula em D G A:

A              C#m              F#m   F#m7
You stick around and it may show
D G C G/B Am G F E C
I don't know, I don't know

cola aqui e ele pode aparecer
eu não sei, eu não sei...

mais uma evidência de que o george sabe. ele quer que ela fique por perto, mas tem receio de pedir, de assumir que quer, como um caboclinho tem vegonha de tirar a mocinha para dançar na festinha de são joão. mesmo que o coração quase salte pelos olhos e poros.

a afinação do solo, sua certeza, sua ausência de palavras e sua melodia faz a dúvida rodopiar por baixo do corpo e brotar no meio-dia do que se sente. cantar i don't know, dizer que não sabe, nesse caso, é uma gentileza para com o sentimento. é lidar com cuidado em relação ao outro e a si mesmo, é querer viver cada momento e segundo do Something inteiro.


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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

maria bethânia e caetano veloso - doce mistério da vida (ah! sweet mystery of life)

manual para desparafusar a tessitura do espaço-tempo da mente:

1) coloque os headphones;
2) abra o winamp;
3) equalize no modo "live";
4) ajuste o volume no 76;
5) carregue o doce mistério da vida;
6) play

feche os olhos e dance* ou se deite ou sente

e sinta o corpo viajar do opaco ao transparente, ao arco de íris dos nervos, ao círculo-de-fogo do eu, através do roseiral em flor do coração.

* se tiver fones s/ fio.

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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

AC/DC - Highway To Hell

A liberdade grita tão alto quanto nós mesmos ao cantarmos "I'm on a Highway to hell!!!", sou fã dos clássicos e tenho de admitir que de vez em quando bater a cabeça e esperniar é o melhor a fazer.
Por que não tentar alcançar a liberdade sendo rebelde e fazendo pactos com Satan? Eles se mostram tão íntimos deste ser que parecem religiosos cantando gospel.
Vamos todos molhar as cabelereiras e sacudí-las, pedindo para que o demônio nos leve ao além, aonde poderemos, enfim, ser felizes.

sábado, 15 de dezembro de 2007

iriê - meu bem

E andou pelas ruas estreitas de dentro da cabeça pensando sobre o pensar

ouvir essa música é como passear pelos paralelepípedos antigos da travessa ratclif (que existem na mente de todos nós) e, já no terceiro passo, cruzar a velha pontezinha da lagoa e ganhar as rendeiras no início da noite, olhando para as estrelas surfando as marolas no reflexo da Conceição.

esse reggae surfa quem o ouve e vai na brisa até algum lugar secreto entre a mole e a joaquina.

que bom faz bem faz.

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Muse - Supermassive Black Hole

Ser profundo e animado não é fácil, mas com algumas distorções, vocais chorosos, desafinados e alguns sussurros, Matt Bellamy consegue fazer com que eu dance e chore.
Parece meio estranho, mas não há outra maneira de definir essa música se não como "animadamente melancólica" ou "melancolicamente animada", pegram?
Típico menininho que cai numa armadilha de uma garota superficial e começa a lamentar coisas sem sentido. Há!
Ah...Bellamy.

Muita informação, não?

domingo, 9 de dezembro de 2007

pato fu - canção pra você viver mais


uma canção que é uma menina soltando o passarinho de estimação do avô.
o passarinho saindo da gaiola. o passarinho se lançando na imensidão do céu.
o reflexo disso tudo nos olhos do avô.

uma canção pra você viver mais.

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a foto veio daqui

sábado, 8 de dezembro de 2007

Estopa - Me Falta El Aliento

Olá, passageiros.
Após um pequeno intervalo de tempo entre a minha mente lenta e a minha enorme playlist, optei por mostrar-lhes uma música que não é muito a minha cara, mas que com certeza é fantástica.

Aos que não conhecem, Estopa é uma banda de rock espanhol com letras super simples e significativas. Há uma enorme harmonia vocálica e músical no geral.
Fomos apresentadas em, creio eu, 2004, e foi paixão a primeira vista...quer dizer, ouvida. Após escutar esta música fiz questão de ouvir toda a discografia e comprovar: é mais uma das bandas que fazem músicas super-semelhantes e que, mesmo assim, são interessantíssimas!



O clipe é simplérrimo, como deve ser. A letra é nada mais, nada menos, sobre o amor (tema de 99,9% das músicas gerais, o resto? é sobre drogas. ironias à parte.); viagens e metáforas, tudo muito bem encaixado e muito 'meigo'.
Me falta el aliento.
Digo mais?

Adios!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

elza soares e nando reis - concórdia

um veleiro rangendo, ondulando, estufando o peito de vento e milhas de sonhos. do rio do rio ao mar do mar embaixo do céu do céu. numa música que se estende (e mais do que sons para escutar, suas notas se transformam em chão para pisar).

ou dançar.


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Eu atravessei a porta
Fiz o meu jardim, pomar
Crendo em mim Jesus na hóstia
Rio do rio
Céu do céu
Mar do mar
Beijo em paz a sua boca
Dou minha roupa pra você usar
Peço a tua mão aberta
Um vestido branco eu vou lhe dar
Filhos, netos e um planeta
Do futuro, esse muro ainda escuro
Nós ainda temos que derrubar
E erguer a nova praça
Da nossa árvore
Um novo lugar
A vida que ainda vamos viver
Teço em mim essas ruivas telhas
Corro sem te acompanhar
Enche o berço essa fruta, a cesta
Só a luz do dia
que é você faria
A minha noite estelar
Deus que deu flor nessa água
Som às palavras
Chão pr'eu pisar
A vida que ainda vamos viver
Eu e você.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

dado villa-lobos - diamante

escutar os sons dessa música é como se energizar atravessando um seco e interminável deserto para encontrar uma inusitada chuva lá no meio.

uma chuva de mundo.
daquelas que curvam as bananeiras, que fazem as crianças alucinar e os casais se encostar. daquelas que tatuam no mundo a verdade do momento presente.

impressiona como a máquinha instrumental invade a letra da música como nuvens nublando as árvores dançantes do mundo.

e solto no vendaval, dado não guarda mais nada e liberta tudo o que tem.

dado é um diaamante e o amor transborda na distorção dos acordes longos.


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